Imagem de: NYU Langone Staff
O campo da cirurgia robótica alcançou um marco notável com o primeiro transplante duplo de pulmão totalmente robótico, realizado com sucesso nos Estados Unidos. O procedimento inovador foi realizado numa paciente de 57 anos com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), oferecendo uma nova esperança para aqueles que aguardam por transplantes de órgãos.
A Revolução da Cirurgia Robótica
A operação foi realizada pela Dra. Stephanie H. Chang, do Instituto de Transplantes da NYU Langone, com o auxílio do sistema Da Vinci Xi, uma plataforma avançada que permite aos cirurgiões executar procedimentos com extrema precisão através de pequenas incisões. Este transplante, realizado em outubro de 2024, marca uma revolução na área da medicina e posiciona a cirurgia robótica como uma técnica promissora para intervenções minimamente invasivas.
O uso de tecnologia robótica permitiu a remoção e substituição de ambos os pulmões da paciente de forma precisa e eficiente, minimizando o impacto da cirurgia no corpo, reduzindo o tempo de recuperação e diminuindo os riscos de complicações pós-operatórias. Graças às pequenas incisões, a dor pós-cirúrgica também é menor em comparação com os procedimentos tradicionais, proporcionando maior conforto ao paciente.
Como Funciona o Sistema Da Vinci Xi?
O sistema Da Vinci Xi, desenvolvido pela empresa Intuitive, é uma das plataformas cirúrgicas robóticas mais seguras e utilizadas no mundo. Introduzido em 2008 em vários hospitais, incluindo Portugal, o Da Vinci Xi é composto por braços robóticos controlados por cirurgiões humanos, que operam através de um console especializado. Esses braços têm uma capacidade de movimento superior à mão humana, o que proporciona maior precisão em operações delicadas, como os transplantes.
Além de ser amplamente utilizado em cirurgias urológicas, ginecológicas e oncológicas, o Da Vinci Xi é agora protagonista em cirurgias de transplante, abrindo portas para a utilização desta tecnologia em futuros procedimentos complexos.
A Paciente e o Impacto do Transplante
A paciente que recebeu o transplante, Cheryl Mehrkar, sofria de DPOC desde 2010, uma doença progressiva que limita severamente a função pulmonar. Com o agravamento da sua condição após contrair Covid-19 em 2022, Cheryl foi finalmente colocada na lista de transplantes. Apenas quatro dias depois, recebeu os novos pulmões num procedimento inovador.
Cheryl expressou a sua gratidão pelo doador e elogiou a equipa médica pela sua dedicação: “Estou profundamente grata ao doador e à sua família por me darem outra oportunidade de vida”, afirmou, evidenciando a melhoria em sua qualidade de vida após a operação.
Futuro da Cirurgia Robótica
Este transplante pioneiro é apenas o começo de uma nova era na medicina. A expectativa é que, no futuro, mais procedimentos de transplante sejam realizados com o auxílio de robôs cirúrgicos, devido aos benefícios para os pacientes, incluindo tempos de recuperação mais curtos e cirurgias menos invasivas.
A equipa de cirurgiões da NYU Langone espera que esta tecnologia evolua continuamente, expandindo as suas aplicações em diferentes áreas da cirurgia, desde cardiologia até procedimentos ortopédicos.
O primeiro transplante de pulmão totalmente robótico representa um avanço significativo na medicina moderna, demonstrando o potencial da tecnologia robótica para transformar procedimentos complexos em cirurgias mais seguras e eficazes. Com o sucesso deste procedimento, abre-se um novo horizonte para o uso da robótica na saúde, beneficiando pacientes em todo o mundo com maior qualidade e esperança de vida.
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