Nos últimos anos, o domínio do Google e do Bing no setor de motores de busca tornou-se quase absoluto, com estas plataformas responsáveis por cerca de 99% dos resultados de pesquisa na Europa. No entanto, um novo movimento promete desafiar este monopólio. A Ecosia e a Qwant, duas empresas europeias dedicadas a mecanismos de busca, anunciaram uma parceria para criar uma alternativa robusta aos gigantes americanos, com a promessa de mais segurança, privacidade e práticas sustentáveis.
Um Novo Motor de Busca Europeu: A European Search Perspectives
As empresas Ecosia e Qwant juntaram forças para formar a European Search Perspectives (EUSP), uma entidade baseada em Paris com o objetivo de lançar, em 2025, um motor de busca capaz de competir com os gigantes Google e Bing. Esta iniciativa surge num momento em que o mercado europeu de motores de busca é amplamente dominado por estas duas plataformas americanas, o que levanta preocupações sobre a dependência da Europa em tecnologias externas e o impacto dessa dependência em áreas sensíveis como a segurança de dados e a proteção da privacidade dos utilizadores.
A EUSP não pretende apenas oferecer uma alternativa local, mas também um serviço que incorpore princípios de sustentabilidade ambiental e maior proteção de dados, numa tentativa de alinhar-se com os valores e as legislações europeias.
O Impacto da Legislação Europeia: Digital Markets Act (DMA)
Um dos principais motores para o desenvolvimento deste novo buscador europeu é o Digital Markets Act (DMA), uma lei europeia criada para regular as grandes plataformas digitais e promover a concorrência no mercado. Graças ao DMA, Google e Bing foram obrigados a disponibilizar partes dos seus conjuntos de dados, permitindo que novos motores de busca utilizem estas informações para desenvolverem os seus próprios algoritmos e mecanismos de pesquisa.
Esta abertura de dados foi essencial para a EUSP, que utilizará tecnologia e informações dos seus concorrentes diretos para construir uma plataforma suficientemente competitiva, mas com características que reflitam os valores europeus de privacidade e transparência.
Privacidade e Sustentabilidade no Centro da Estratégia
Diferentemente dos gigantes norte-americanos, a nova ferramenta de busca da EUSP pretende destacar-se através de práticas éticas que priorizam a proteção da privacidade dos utilizadores e a sustentabilidade ambiental. A Ecosia, por exemplo, é amplamente conhecida pelo seu compromisso em plantar árvores a cada pesquisa feita na sua plataforma, utilizando os lucros para apoiar projetos ambientais. Esta característica, que reflete um foco claro na sustentabilidade, será levada para o novo buscador europeu.
Além disso, tanto a Ecosia quanto a Qwant têm uma longa história de promoção da privacidade do utilizador. Ambas as empresas destacaram-se por não rastrear os dados de navegação dos seus utilizadores para fins publicitários, um ponto de diferenciação importante em relação ao Google e ao Bing, que baseiam grande parte do seu modelo de negócios na monetização de dados pessoais.
Oportunidades e Desafios: Concorrência com Gigantes da Tecnologia
Apesar das ambições elevadas, tanto a Ecosia quanto a Qwant reconhecem que não conseguirão oferecer um conjunto de ferramentas tão abrangente quanto o Google. O gigante tecnológico norte-americano tem um ecossistema vasto, que inclui serviços como Gmail, Google Maps e YouTube, integrados de forma coesa para oferecer uma experiência de utilizador sem falhas. No entanto, o foco da EUSP será especificamente o motor de busca, com a promessa de proporcionar resultados relevantes e precisos, impulsionados pela inteligência artificial.
O CEO da Ecosia, Christian Kroll, sublinhou a importância desta iniciativa ao afirmar que a Europa precisa de alternativas locais robustas. Numa entrevista à Euronews Next, referiu que, no atual estado de dependência da Europa em relação a tecnologias norte-americanas, uma eventual retirada dessas plataformas poderia deixar o continente numa situação de grande vulnerabilidade tecnológica.
O CEO da Qwant, Olivier Abecassis, acrescentou que, embora a nova ferramenta de busca possa não competir diretamente em termos de quantidade de funcionalidades, ela terá o foco em fornecer uma tecnologia forte o suficiente para garantir que os utilizadores europeus possam contar com uma alternativa viável e segura para as suas pesquisas diárias.
O Futuro da Pesquisa na Europa
A criação de um novo motor de busca europeu é mais do que uma questão de concorrência tecnológica; trata-se de uma questão de soberania digital e de oferecer aos cidadãos europeus escolhas que respeitem as suas preocupações em relação à privacidade e ao ambiente. A EUSP tem o potencial de reduzir a dependência da Europa em relação a plataformas norte-americanas, enquanto oferece uma alternativa ética e sustentável.
Com o seu lançamento previsto para 2025, o novo buscador é aguardado com grande expectativa, sobretudo num contexto de crescente regulamentação digital e de uma demanda por plataformas mais responsáveis. Embora desafiar o domínio estabelecido de Google e Bing seja uma tarefa monumental, a união da Ecosia e da Qwant representa um passo importante rumo a um mercado de pesquisa mais diversificado e equilibrado na Europa.
Este novo concorrente pode não apenas redefinir o panorama das pesquisas online, mas também inspirar mais iniciativas locais que desafiem o status quo no mundo digital.
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